Patrono Alvamar Furtado de Mendonça, natural de Natal/RN, nascido aos 13 de abril de 1915 e falecido em 18 de abril de 2002. Escritor, conferencista e orador. Primeiro Juiz concursado do Rio Grande do Norte. Consagrado intelectual potiguar, es- plende a sua presença cultural através da oratória principalmente.
Palestrante e conferencista notável, eletrizava a plateia com seu brilho verbal. Igualmente elevava o talento quando era interpelado em entrevistas. Não há dúvida que a oralidade é o grau mais elevado da sua manifestação cultural. Todavia, quando escrevia o fazia com a elegância dos prosadores franceses pela “cla- reza de mentalidade e flexibilidade da inteligência”.
E não há dúvida ser o Ensaio a forma literária por ele mais usada. No plano cultural sempre foi distinguido por sua autori- dade reconhecida nas pátrias letras e na literatura universal. Pre- sidiu o Conselho Estadual de Cultura na sua composição inicial, sendo Membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras e re- presentaria muito bem, o Estado, na área cultural, se alçado fosse à Academia Brasileira.
Foi orador oficial do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. A ele se aplicava o perfil oratório de Joa- quim Nabuco, externado por Tobias Monteiro: “voz poderosa, límpida e sonora, o gesto sóbrio, o orador das tribunas latinas, a imaginação exaltada dos meridionais”.
Foi destacado esportista tendo predileção pelo remo, re- cebendo aclamações e medalhas por muitos anos de competição no poético estuário do Potengi, envergando as cores do Centro Náutico. Como ele mesmo conta, teve uma mocidade difícil na idade escolar, encontrando dificuldades ao longo da jornada.
Sabia que na vida não se caminha em tapetes de rosas, e que, segundo Homero, somente aos deuses é reservado o riso, contentando-se os homens com as lágrimas. Aos vinte e oito anos de idade, em l943, sendo Diretor do Atheneu, promoveu um Curso de Conferências que ficou célebre pela agitação cultural que causou e pelo aproveitamento alcançado; tendo, também, preparado os espíritos para o centenário de nascimento de Ana- tole France, que se daria no ano seguinte.
Exerceu o Magistério no citado Colégio e em outros des- ta Capital. Foi professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Magistrado com assento no Plenário do Tri- bunal Federal do Trabalho.
Pertenceu ao Rotary Clube Internacional tendo sido Go- vernador pelo consenso unânime de seus ilustres pares. No rei- nado de um dos Imperadores Romanos pontificava, em suas Pa- lestras, tal anagnosta, ao lado do erudito Sêneca, outro pensador de rara sabedoria: Petrônio, o Árbitro da Elegância. Integrou o Conselho Estadual de Cultura do Estado do Rio Grande do Nor- te e foi o nosso Árbitro da Elegância Oratória – Alvamar Furtado, o intelectual de cultura humanística.